Aos
91 anos o Partido Comunista Brasileiro já viveu momentos de forte enraizamento
na massa, já influenciou o pensamento político brasileiro tanto quanto já se
equivocou na análise da política nacional, se afastou dos movimentos sociais e
de trabalhadores.
Nesses
anos todos perdemos camaradas para as fileiras de outros partidos. Camaradas
valorosos que, desacreditaram no leninismo, na via revolucionária, cansaram das
asperezas da condição de minoria, se frustraram com a nossa claudicante
trajetória de alianças, enfim, foram atrás de outros caminhos de luta.
O
PCB, esvaziado e traído por dentro pela ação torpe de dirigentes oportunistas
por muito pouco não sucumbiu. Foram inúmeras tentativas, desde os idos de 1982
no VII Congresso até a vil atitude de sicários liderados pelo traidor Roberto
Freire , tentando no X Congresso fazer sumir a Partidão pondo em seu lugar uma
sigla de aluguel, o PPS.
A
resistência de um pequeno grupo de verdadeiros comunistas, comprometidos com a
causa dos trabalhadores e defensores da história do Partido, teve força
para manter-nos vivos e na luta. O marco do nosso XIV Congresso traçou
finalmente a linha de ação revolucionária que devemos todos seguir na convicção
de que assim agindo, estaremos definitivamente no cenário de luta pelo
comunismo.
Mas,
a tarefa que temos não é fácil. O capitalismo impôs pela força das armas e das
ideias seu domínio e arrastou por cooptação amplos setores de trabalhadores e
das suas representações políticas para o discurso da democracia burguesa que
valoriza a propriedade, que incensa o dinheiro enquanto despreza qualquer ideia
de igualdade e justiça.
Somos antes de tudo, um Partido comunista. Não nos
perdemos nos discursos de conveniência que pregam a tolerância com os esbirros
do capital e com a falsa moral burguesa que dissolve na onda dos direitos
difusos a rendição para um mundo de desiguais.
Somos
um Partido de lutas, nosso campo de batalha é o terreno dos sem terra, dos sem
casa, dos sem emprego, dos explorados, dos sem esperanças e perspectivas.
Nossos aliados são todos inconformados, indignados, desesperançados, inertes e
amedrontados. Nossa tarefa é armar o povo com as armas do conhecimento,
alimenta-los com a ração da indignação, construir a confiança de que, como se
referiu Lênin, é preciso sonhar, mas, com a condição de acreditarmos nos nossos
sonhos, de compararmos escrupulosamente nossos sonhos com a realidade e agirmos
sobre ela com o objetivo de criarmos as condições reais para que esses sonhos
se realizem.
Na Crítica à Filosofia do
Direito, Marx afirma:
As
armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força
material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte
em força material uma vez que se apossa dos homens. A teoria é capaz de prender
os homens desde que demonstre sua verdade face ao homem, desde que se torne
radical. Ser radical é atacar o problema em suas raízes. Para o homem, porém, a
raiz é o próprio homem[...].
Aos
que defendem o domínio do praticismo como instrumento central da luta,
lembremo-los que a prática sem teoria é cega, sem rumo. Numa luta sem rumo,
perdem todos que nela se metem.
Mas,
tão letal quanto esse equívoco para a luta dos comunistas, são aqueles
que imaginam ser o PCB um partido de intelectuais, pensadores
a olharem pelas lentes da teoria a realidade e do alto de seus saberes,
apontarem caminhos para que outros desbravem o combate contra o
capitalismo.
A
esses, para quem as tarefas de pensar não se misturam com as de fazer, para
esses que imaginam ser o PCB uma marca como qualquer mercadoria, é imperioso
alerta-los que a teoria sozinha é devaneio, aventura inconsequente que enfraquece
o caráter da luta, que favorece a rendição. Portanto, devem de pronto,
analisarem até onde a intenção que anunciam se coaduna com a disposição para o
gesto que constrói
Não
há qualquer espaço para dúvida quanto ao que exige de nós a tarefa a que nos
propusemos, de mudar o mundo: AÇÃO.
Assim,
não há mais lugar entre os comunistas para quem quer que duvide ser essa a
tarefa central de nossas vidas. Não cabe mais na nossa luta quem quer que não
consiga claramente e sem pejo apontar como inimigo de classe todos os que agem
contra o povo, Não cabe mais nas nossas fileiras quem se recuse a agir, quem
não compreenda que somente a interação teoria e prática poderá libertar o povo
dos seus opressores.
A
hora do PCB é agora e sempre. Esse é o desafio posto para todos nós comunistas.
Essa é a tarefa urgente para os comunistas da Base Heron de Alencar do PCB.
Militância e ação direta, sempre.
De norte a sul e no país inteiro, viva o Partido Comunista Brasileiro.