O que pensam nossas/os militantes
sobre o segundo turno da consulta para a Reitoria da UnB
A reta final da consulta para a
reitoria da Universidade de Brasília está se aproximando. Nesse segundo turno,
a universidade enfrenta o risco de ter como reitor o representante dos setores
mais conservadores da universidade. Para entender o que representa a
candidatura da chapa 86, de Ivan Camargo e Sonia Bao, é preciso considerar a
atuação política desta chapa e também dos setores que se aglutinaram em torno
desta candidatura e, ir além, reforçar quais são os impactos dessa atuação
política para a universidade. Para os comunistas a defesa do projeto de
educação pública, gratuita, de qualidade e sobretudo popular se encontra em
pleno antagonismo com o projeto de educação privatista e anti democrática dos
parques tecnológicos, da violência policial, da falsa meritocracia, etc.
O argumento da "Universidade Meritocrática" é certamente um dos mais repetidos em ambos os turnos dessas eleições e é, também, um dos mais elitistas. Debater a meritocracia dentro dos padrões desenvolvidos historicamente pela política educacional brasileira é fechar os olhos para as disparidades sociais e educacionais, bem como ignorar a reprodução escancarada da sociedade de classes, e suas contradições, na educação brasileira e na Universidade de Brasília. A defesa de uma universidade sobre estes padrões é, necessariamente, a defesa da universidade cada vez mais descolada da realidade e distante do protagonismo que deve assumir junto a sociedade e suas parcelas historicamente excluídas da integração e organização do ensino superior. A Universidade Pública tem sido usada como um centro de reprodução do saber, da formação profissional e da ideologia dominante. O que em tese deveria ser um espaço para a formação do senso crítico e para a produção de um conhecimento a partir da classe trabalhadora, e voltado para ela, mais do que nunca vem funcionando de acordo com interesses privados.
O argumento da "Universidade Meritocrática" é certamente um dos mais repetidos em ambos os turnos dessas eleições e é, também, um dos mais elitistas. Debater a meritocracia dentro dos padrões desenvolvidos historicamente pela política educacional brasileira é fechar os olhos para as disparidades sociais e educacionais, bem como ignorar a reprodução escancarada da sociedade de classes, e suas contradições, na educação brasileira e na Universidade de Brasília. A defesa de uma universidade sobre estes padrões é, necessariamente, a defesa da universidade cada vez mais descolada da realidade e distante do protagonismo que deve assumir junto a sociedade e suas parcelas historicamente excluídas da integração e organização do ensino superior. A Universidade Pública tem sido usada como um centro de reprodução do saber, da formação profissional e da ideologia dominante. O que em tese deveria ser um espaço para a formação do senso crítico e para a produção de um conhecimento a partir da classe trabalhadora, e voltado para ela, mais do que nunca vem funcionando de acordo com interesses privados.
O estado em que se encontra a educação brasileira, refletido
também na UnB, não pode ser entendido apenas como um problema de ordem
administrativa, mas deve, sim, ser observado como reflexo de uma concepção de
Estado que prima por parcerias que beneficiem a iniciativa privada e seus
grupos responsáveis, submetendo a universidade à uma lógica elitista,
privatizante e corrupta. É nesse sentido que as fundações privadas, parasitas
das universidades brasileiras, se apoderam dos recursos e capacidades da UnB.
Estas mesmas fundações, envolvidas em escândalos de corrupção país afora, vivem
hoje fortalecidas pela conivência e aceitação da atual reitoria da
universidade, da qual Márcia Abrahão fez parte como decana de graduação. A
escalada dessa política contraditória se nota mais claramente nas gestões Timothy
Mullholand e Lauro Mohry, ambas gestões representadas no projeto político de
Ivan Camargo e Sonia Bao. Não há discurso que mascare que ambas as
candidaturas, neste segundo turno, estão longe de tocar o descredenciamento do
parasitismo representado pela FINATEC e demais fundações. Em especial a
candidatura da chapa 86, ponta de lança do grupo político que se forma, dentre
outros aspectos, a partir das demandas das fundações privadas, tem buscado
fortalecer ainda mais a permanência do modus operandi do privatismo,
idealizando uma proposta que não fará outra coisa além de abrir ainda mais a
universidade para as fundações privadas e grupos econômicos que apontam para um
projeto neoliberal. Estamos falando do chamado "parque tecnológico",
que já foi derrotado na UFRGS, o que a retirou, em parte, de sua posição
submissa e comprometida com a formação de conhecimento destinado ao atendimento
de demandas empresarias e não sociais. A UnB não é um balcão de negócios e, portanto,
não podemos permitir que tal política se acentue na universidade.
Uma das conquistas mais valiosas para a democracia da universidade ainda não foi plenamente conquistada e, pior, vive sob o fio da navalha. A paridade para a consulta eleitoral esteve ameaçada pela atuação dos setores conservadores desde sua primeira aparição e foi novamente ameaçada por ação judicial protocolada pela atual direção da ADUnB, já conhecida por seus conchavos absurdos e por seu apoio irrestrito à chapa do conservadorismo nesse segundo turno. A atuação política dos candidatos reacionários sempre se orientou no sentido de retirar mais um direito conquistado pela UnB, isso fica claro quando estes se apresentam invocando a criminalização da paridade e se esquecem da autonomia e da capacidade da universidade se gerir.
Uma das conquistas mais valiosas para a democracia da universidade ainda não foi plenamente conquistada e, pior, vive sob o fio da navalha. A paridade para a consulta eleitoral esteve ameaçada pela atuação dos setores conservadores desde sua primeira aparição e foi novamente ameaçada por ação judicial protocolada pela atual direção da ADUnB, já conhecida por seus conchavos absurdos e por seu apoio irrestrito à chapa do conservadorismo nesse segundo turno. A atuação política dos candidatos reacionários sempre se orientou no sentido de retirar mais um direito conquistado pela UnB, isso fica claro quando estes se apresentam invocando a criminalização da paridade e se esquecem da autonomia e da capacidade da universidade se gerir.
Dizemos não
a chapa 86 "A UnB Somos Nós", por entender que o caráter público da
universidade é antagônico ao projeto apresentado pela chapa, o que deixa claro
que a UnB não são eles. Reforçamos que a universidade pela qual lutam os
comunistas, a universidade popular, se apresenta como projeto alternativo ao
projeto de educação das elites, este defendido no programa da chapa 86.