terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eleições do DCE na UNB: Reacionarismo e Barbárie



                Na última terça-feira dia 27 de novembro às 12:30 horas no Anfiteatro 11 do Instituto Central de Ciências - UnB as 06 Chapas que estão em campanha para as eleições do Diretório Central dos Estudantes – DCE da UnB realizaram um debate para apresentação/discussão de programas e propostas. Momento importante e legítimo de organização estudantil é também um termômetro importante para a apreensão de quais projetos estão em disputa e o que eles representam para a vida acadêmica e o que expressam das contradições e conflitos que atravessam a própria sociedade.
                Neste debate e, a própria campanha, não obstante o fato de existirem 06 chapas, revela claramente duas forças em disputa: os segmentos de direita e reacionários de um lado, e, uma articulação de esquerda.
                O debate de terça-feira, deixa clara a necessidade de uma tomada de posição efetiva dos setores progressistas e de esquerda da universidade em torno de um projeto que contraponha radicalmente esta direita reacionária que ai está. Ademais todo o legalismo, a visão privatista da universidade pública, a ausência de posicionamento e crítica em face do governo distrital e federal que garantem o aprofundamento da educação como mais um serviço vendável, mais uma mercadoria como todas as outras; o debate de terça-feira revelou também a barbárie social expressa nas opressões sociais que são tão amplamente difundidas na sociabilidade.
                O preconceito que se efetiva sob diversas formas de discriminação é uma realidade que atravessa a vida de mulheres e homens. A diversidade humana que se expressa na etnia, no gênero, na orientação sexual no modo de ser e viver tem sido espaço fértil para diversas modalidades de opressão. Na terça-feira manifestações abertas e claras de racismo apresentaram-se durante o que deveria ser um debate realmente político.
                Nós comunistas somos radicalmente contrários ao racismo, porque enquanto forma de opressão particular ele revela também uma dimensão universal, aquela que remete a sociabilidade sob a égide do capital que convive ou reinventa formas de arrefecer a existência humana tornado-a tão banal como o sentido descartável dos objetos que são produzidos e consumidos. E, também porque o racismo assim, como todas as outras formas de opressão, evidencia a nossa perda de reconhecimento da nossa genericidade. Reafirma-se uma sociabilidade de “eu” incapaz da “consciência de nós”.
                O que foi posto as claras no debate dos estudantes, demonstra o legado do capitalismo para esta e as próximas gerações: mais barbárie, mais conformismos, mais indiferença, mais intolerância. 
                Diversas são as trincheiras nesta luta que podem e devem ser ocupadas seja na educação, na política, nos movimentos sociais, nos partidos, nas artes... em todos estes âmbitos existem sim especificidades próprias, mas com certeza o que articula tudo isso é a necessidade de combate não só ao neoliberalismo e ao reformismo, mas imprimir a todas as lutas um caráter anti-capitalista.      

Por Adrianyce Angélica Silva de Souza. Base Heron de  Alencar / PCB