Na última terça-feira dia 27 de
novembro às 12:30 horas no Anfiteatro 11 do Instituto Central de Ciências - UnB
as 06 Chapas que estão em campanha para as eleições do Diretório Central dos
Estudantes – DCE da UnB realizaram um debate para apresentação/discussão de
programas e propostas. Momento importante e legítimo de organização estudantil
é também um termômetro importante para a apreensão de quais projetos estão em
disputa e o que eles representam para a vida acadêmica e o que expressam das
contradições e conflitos que atravessam a própria sociedade.
Neste debate e, a própria
campanha, não obstante o fato de existirem 06 chapas, revela claramente duas
forças em disputa: os segmentos de direita e reacionários de um lado, e, uma
articulação de esquerda.
O debate de terça-feira, deixa
clara a necessidade de uma tomada de posição efetiva dos setores progressistas
e de esquerda da universidade em torno de um projeto que contraponha
radicalmente esta direita reacionária que ai está. Ademais todo o legalismo, a
visão privatista da universidade pública, a ausência de posicionamento e
crítica em face do governo distrital e federal que garantem o aprofundamento da
educação como mais um serviço vendável, mais uma mercadoria como todas as
outras; o debate de terça-feira revelou também a barbárie social expressa nas
opressões sociais que são tão amplamente difundidas na sociabilidade.
O preconceito que se efetiva sob
diversas formas de discriminação é uma realidade que atravessa a vida de
mulheres e homens. A diversidade humana que se expressa na etnia, no gênero, na
orientação sexual no modo de ser e viver tem sido espaço fértil para diversas
modalidades de opressão. Na terça-feira manifestações abertas e claras de
racismo apresentaram-se durante o que deveria ser um debate realmente político.
Nós comunistas somos
radicalmente contrários ao racismo, porque enquanto forma de opressão
particular ele revela também uma dimensão universal, aquela que remete a
sociabilidade sob a égide do capital que convive ou reinventa formas de
arrefecer a existência humana tornado-a tão banal como o sentido descartável
dos objetos que são produzidos e consumidos. E, também porque o racismo assim,
como todas as outras formas de opressão, evidencia a nossa perda de
reconhecimento da nossa genericidade. Reafirma-se uma sociabilidade de “eu”
incapaz da “consciência de nós”.
O que foi posto as claras no
debate dos estudantes, demonstra o legado do capitalismo para esta e as
próximas gerações: mais barbárie, mais conformismos, mais indiferença, mais
intolerância.
Diversas são as trincheiras
nesta luta que podem e devem ser ocupadas seja na educação, na política, nos
movimentos sociais, nos partidos, nas artes... em todos estes âmbitos existem
sim especificidades próprias, mas com certeza o que articula tudo isso é a
necessidade de combate não só ao neoliberalismo e ao reformismo, mas imprimir a
todas as lutas um caráter anti-capitalista.
Por Adrianyce Angélica Silva de Souza. Base Heron de Alencar / PCB